sábado, 30 de julho de 2011

Lembrança Espectral

Espectro que evoca imagens do passado.
Fantasma que retoma o que havia se perdido.
Trazendo então à tona o que fora enterrado.
Lançando aos nossos olhos o que fora esquecido.

Se diverte quando vê noss’ alma despedaçada,
e na garganta sempre preso o grito que nos sufoca.
O terror brilha nos olhos, respiração estagnada
pela dor que advêm das memórias que invoca.

O sorriso vai ao longe nessa hora tão sombria.
A esperança de haver pra essa dor uma medida,
Se desfaz ante o horror que a memória nos impele

A  lembrança que julgamos a muito esquecida,
nos relega então agora a uma noite de agonia,
sem ter quem por pena ou culpa o nosso sono vele.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Carpe Diem


O que é pra nós essa Vida, essas Cores?
O nascer de uma planta, o surgir de uma flor.
Seca-se a erva, morrem as flores.
E tudo que vive perde o vigor.

O Tempo, um Titã, tão cruel no agir, 

a todos seus filhos vem devorar. 
E tudo que é vivo deixa de existir, 
sucumbe ao seu infinito escoar. 

O vento que sopra, a areia carrega, 
assim enterrando o que pra trás ficou. 
E morre em desgraça aquele que se entrega 
a amargas lembranças que o tempo deixou. 

Por isso então viva de forma intensa, 
A taça da vida aos poucos se esvazia. 
Viver para o pranto sei que não compensa. 
Em tempos de Paz Aproveite o Dia.





sábado, 23 de julho de 2011

Requiem Aeternam (Repouso Eterno)


Quando enfim eu passar o Aqueronte,
me despedindo assim da terra do que vive,
e da vida atravessar tão longa ponte,
não lembrarei mais aquilo que não tive.

Não importa mais a dor tão lacerante.
Nem o sangue que jorrava da ferida.
E a mágoa dissipada num instante,
No momento em que Adeus eu der a vida.

Frustrações pelos sonhos não vividos.
Desespero por promessas não cumpridas.
Noites frias de choro convulsivo.

Desamores finalmente esquecidos,
tenho paz enfim na hora da partida,
paz negada a mim enquanto estive vivo.


quarta-feira, 20 de julho de 2011

Indiferença II

Me cansei de palavras vazias.
Jogo fora sentimentos insanos.
Mas ainda me permito errar,
pois isso que nos faz humanos.

Me cansei de falsos amores.
E desprezo também seu sorriso.
E ainda resisto minhas dores
por não ter tudo que preciso.

Me cansei de sobras de carinho.
Ignoro seus restos de afeto.
E se ainda eu estou sozinho,
é por que não te quero por perto

Me cansei de bancar seu amigo.
E rejeito o seu bem querer.
E se ainda não entendes que digo,
simplesmente cansei de você.

O Pássaro, a Gaiola e o Céu



O pássaro preso na gaiola olhava
o céu e ansiava por ele voar.
Porém não podia, pois preso estava.
As grades queriam seu sonho roubar

E a todas as outras aves invejava
quando nos ares se punham a cantar
tão bela canção que nos céus ecoava,
por que eram livres podiam voar.

Por dias e dias em vão lamentava
sorte tão maldita que lhe ousava negar
fazer aquilo que mais desejava,
de nos altos céus livre voar.

Um dia acordou e não acreditava,
A porta estava aberta podia voar.
Mas por não saber o que lhe esperava
O medo o impedira então de escapar

Recusando o convite dos céus que o chamava
a esquecer os dias de dor e pesar,
preferiu aquilo a que já se acostumava,
e perdeu sua chance de livre voar.

sábado, 16 de julho de 2011

Indiferença

Quando a noite fria chegar,
e o claro tornar-se um breu.
Quando sua ferida sangrar,
esqueça que um dia fui seu.

Não terás mais o meu carinho
quando o pranto vier lhe assolar.
Saberás o que é ser sozinho
e não ter onde se apoiar.

Não espere de mim piedade
se um dia eu lhe vir chorar.
Pois a dor que agora lhe invade
como eu poderás suportar.

Não importa se choras agora.
E nem ligo pra tudo que diz.
Já que um dia me mandaste embora,
não me importa que seja infeliz.



sexta-feira, 15 de julho de 2011

Último Dia

Quando a última lágrima cair,
e o  pranto finalmente cessar,
verás um dia novo surgir
e a escuridão finalmente acabar.

O medo já não mais existe.
E a tristeza não existe mais.
E todas as almas tristes
encontram enfim sua paz.

A dor das batalhas perdidas.
E o sangue em vão derramado.
As tristes agruras da vida.
E as sombrias visões do passado

Terão um dia seu termo
neste tempo tão esperado,
ao sair de deserto tão ermo
alcançando o fim desejado.

domingo, 10 de julho de 2011

Lembrança


Agora as palavras me fogem,
já não sei o que escrever.
Estou sozinho em meu quarto,
e tudo me lembra você. 

Em minha frente o velho caderno,
seus poemas começo a ler.
E a cada verso que leio,
todos me lembram você. 

Por trás de cada linha,
quem olhar poderá entender
que conto em meus versos histórias,
e todas me lembram você.

Enfim fecho o caderno,
tentando a todo custo esquecer,
contudo vivo um inferno,
pois tudo me lembra você.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Poética

Quero dos amantes o tolo lirismo.
E a simplicidade no versejar.
Deixarei de lado o Parnasianismo.
Por que ser poeta é apenas sonhar.

Se a Forma supera todo o Sentimento
de que me vale todo meu cantar?
Por que a beleza na forma eu invento
se nelas eu não posso me expressar?

Quero Palavras cheias de Vida.
Que em cada verso meu sangue corra.
Eles ficarão em minha Despedida.
Sobreviverão mesmo que eu morra.

O Tema sim é o mais importante.
Contar Alegrias, o Amor e o Sofrer.
E eternizar tão belos instantes.
Fazer Poesia é por ela Viver.


sábado, 2 de julho de 2011

Reflexões ao Morrer

Quando o fio da minha vida se romper.
E deste triste mundo então sair de cena.
Quando não houver motivos pra temer.
Verei então se tudo valeu a pena.

Toda Dor companheira mais constante
da caminhada nessa vida tão ingrata.
Onde o riso surge e some num instante.
Onde Solidão a sua alma mata.

Cada lágrima caída no caminho,
e o sangue das feridas derramado.
Jazendo no meu leito ali sozinho,
sentirei ter finalmente descansado

Quando a luz dos meus olhos se apagar
e meu coração então perder o pulso.
Quando enfim toda lágrima cessar,
e do Mundo dos Viventes for expulso.






Minha foto
Sou o que sou. Sou incoerente por vezes, sou sonhador sempre, temo o desconhecido sem contudo deixar de arriscar, tenho planos e projetos, construí e e ví cair em minha frente castelos. Como un anjo voei ao céu mas longínquo, e como um cometa caí. A queda de machucou, contudo me fez mais forte. Sou falho e impreciso. Simplesmente indefinível, enfim sou apenas humano.