sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Tempo de Chuva


Há dias em que acordo e há muito sol lá fora,
então abro as janelas e deixo a luz entrar.
O sol invade tudo que está escuro,
Luz e vida invadem todo o ambiente.
Com luz e calor nascem esperanças e sonhos,
e então nada parece impossível.
Ouço os pássaros cantando, o riso das crianças,
tudo é movimento e alegria, sonho e fantasia.
Há dias porém, que o sol vai embora.
O céu fica preto e nuvens escuras cobrem o céu.
O vento começa a soprar e a derrubar tudo.
Começa a chover, cai uma tempestade
que pode se estender por dias, meses…
Não aquela chuva que rega a terra e possibilita a vida.
Chuvas torrenciais que destroem, inundam e matam.
Em momentos assim não existem luz, ou calor.
Então fecho todas as janelas e portas e vou ao meu porão.
Lá a luz e fraca, não é aconchegante, meio mórbido até.
No entanto ainda é o lugar mais seguro a se estar,
mesmo que eu não goste de lá.
Sim há momentos assim, onde tudo não parece ter sentido,
É... Não tem feito muito sol ultimamente...

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Libertação

Mergulhado então. na mais pura calma
descanso agora dessa vida de tormento.
Separou-se enfim do corpo, a alma.
No feliz dia do meu passamento.
Quando as Parcas já cortaram o fio da vida
que me prendia no horror desta existência.
e condenava-me a tão cruel penitência
de existir  em um mundo sem guarida.
Pois não há quem olhe o seu semelhante.
Lealdade não passa de uma quimera.
Pois traição é tudo que se espera.
E um punhal no peito a cada instante.
Já não importa cada noite mal dormida,
nem tão pouco o meu pranto derramado.
Já cheguei enfim ao fim da minha vida,
e o Aqueronte atravessei para o outro lado.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Soneto de uma alma cansada

De todo quero o teu abraço.
Em meus lábios teu beijo gelado.
E estar para sempre aninhado,
protegido pelo teu regaço.

De mãos dadas cruzarmos a ponte
que impede o alcance do que almejo.
Ao cruzar assim o Aqueronte,
será satisfeito o meu desejo

Do medo cessará todo espanto.
Da vida nem lembrança haverá,
Neste meu tão duro caminhar

Cada dor sentida em meu pranto.
Ali já não mais importará.
Quando enfim eu deixar de respirar.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Ode à tua Boca

Tua boca vermelha, carmim,
que eu sinto tocar minha pele
Fazendo que em mim se revele
um mundo de prazeres sem fim.
Teus dentes minha pele arranha
quando vêm meu pescoço morder.
E a cada toque se assanhas
Ao sentir o meu fogo ascender.
Tua língua que passa em meu peito.
E pra barriga desce sem pressa.
E não há nada que a ti impessa
de transformar em teu trono o meu leito.
E então finalmente me engole,
e sacana me olhas feliz.
Pois tu chupas como uma meretriz
o meu membro viril que acolhes.
Pelo quarto ecoam meus gemidos,
que eu sei que te deixam mais louca.
Eles são música aos teus ouvidos,
até que eu exploda em tua boca

sábado, 22 de julho de 2017

Agonia

Em meu peito existe um grito preso.
É só um grito, mas é mais escuro que noite sem lua,
pesa mais que uma tonelada de tijolos.
Esse grito preso em meu peito é frio e quente ao mesmo tempo.
Por vezes tenta congelar meus sentimentos me fazer egoísta.
E por outras quer ferver o meu sangue e me fazer revoltar.
Eu tenho em minha alma um grito preso.
E em minha garganta e pulmões faltam ar e força suficientes
para poder expurgá-lo.
Esse grito me consome aos poucos como a ferrugem corrói o ferro,
Ou a traça despedaça o livro.
Esse grito por vezes toma força e forma dentro de mim,
e se debate como um animal selvagem. Raivoso.
Posso senti-lo arranhar as paredes do meu interior,
ele quer despedaçar os porões da minha alma e finalmente
me controlar e destruir.
Eu tenho algo preso dentro de mim,
Eu estou preso a algo em mim.
Eu tenho algo em mim.
Eu tenho somente a mim.

Identidade II


Eu olho para o espelho e não me reconheço.
Afinal de contas quem sou eu?
Sou a criança sem pai com medo de ser abandonada
sozinha, na porta da escola?
Que chora escondido de noite por não saber o que fez
de errado, “por que ele não me quis?”
Sou o filho que tem a impressão de ser sempre errado?
“Veja só o seu primo, por que você não é como ele?”
Afinal de contas quem sou eu?
O moleque esquisito da rua?
Afinal de contas quem sou eu?
O sujeito deslocado, aquele que nunca se encaixa?
Que olha com desconfiança pra todos e espera sempre uma repreensão?
Afinal de contas quem sou eu?
Um cristão cada vez mais cético, ou um descrente cheio de fé?
Afinal de contas quem sou?
Um alívio pra uma alma cansada, ou um fardo a ser carregado?
Por favor me respondam se souberem...

Afinal de contas, quem sou eu?

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Reflexões

Qualquer caminho parece bom  
pra quem não tem onde chegar.  
qualquer ruído se torna som  
pra aquele que não sabe escutar. 
Pra quem não se importa com o que come,  
qualquer pedra ganha sabor.  
Pra quem não reconhece o que lhe consome,  
resto de afeto vira amor. 
Pra quem já se acostumou onde está,   
não faz nenhum sentido partir. 
E aquele que acha normal chorar,   
aos poucos vai desaprendendo a sorrir. 
A vida é sempre cinza e sombria  
pra quem não mais enxerga sua cor. 
A solidão é sempre a maior companhia  
daquele que desistiu do amor. 
Aquele que acha que vai dar tudo errado  
não vê nenhum sentido em tentar.  
E aquele a quem foi roubada a esperança,  
não enxerga motivos pra recomeçar. 
A quem desde sempre calaram a voz  
evita lançar seus berros a esmo. 
E todo aquele que em ninguém confia  
está condenado a estar preso em si mesmo. 
Minha foto
Sou o que sou. Sou incoerente por vezes, sou sonhador sempre, temo o desconhecido sem contudo deixar de arriscar, tenho planos e projetos, construí e e ví cair em minha frente castelos. Como un anjo voei ao céu mas longínquo, e como um cometa caí. A queda de machucou, contudo me fez mais forte. Sou falho e impreciso. Simplesmente indefinível, enfim sou apenas humano.