quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Soneto da Solidão

Andar lado a lado com a Solidão.
Se alimentar de sonho e quimera.
Fazer do Silêncio o seu refrão.
É este o destino que te espera.

Acostume=se à mais completa ausência.
E ao choro muitas vezes suprimido.
Pois serás de todo esquecido,
por amigos que só o são em aparência.

Quando à noite estiveres triste,
e andar tropeçando em mil caminhos,
sem ouvir uma voz que te conforte.

Saberás que sempre andou sozinho.
Com a dor que em seu peito ainda existe,
sem achar alguém que se importe. 

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Ela

Ela traz a luz, faz surgir ondas no mar.
Simplesmente essencial, vivo por seu respirar.
Do seu sopro faz-se vento, do seu choro temporal.
Em seu beijo há doçuras e delícias sem igual.

Sua voz é o murmúrio de um rio a correr
Em seu corpo mil caminhos onde quero me perder.

Vou beber de sua fonte, que emana só pra mim.
Quero estar sempre ao seu lado e gozar amor sem fim.
Ao seu lado, o tempo para. Não importa mais a hora

E nela se confundem o ontem, o amanhã e o agora.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

O Alquimista

Abrir mão de sua própria estética.
Pra fazer uma poesia antiética.
E ser livre em seu versejar.

Dizer não a uma forma hermética.
Não importando a sílaba poética.
Ou a língua se é culta ou vulgar.

Experimenta como um alquimista.
Algo faz com que ele persista.
Mago das palavras, assim se define.

Quando transforma em canto seu alarido,
e assim modifica o sentido
das palavras que em cada verso imprime.

Carpen Diem II (Para Uma Amiga que Quase Morreu)



Aproveite o dia minha criança.
Se podes aproveita do sol o calor.
Por que o que fica são somente lembranças.
E a vida que tens passará com o vapor.

Nosso fio de vida aqui é tão frágil,
e são tantas as coisas que nossa alma anseia.
Esquece que o tempo, que aqui passa é ágil.
Como o vento que sopra, carrega a areia.

A vida é um fio que logo é cortado,
a vida é um sopro, como um respirar.
Como no teatro quando desce o pano,
é como um rio que corre pro mar.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Happy Birthday (Dedicado a Cysney Pétala)


Sorria minha flor, é seu dia.
Uma Rosa a mais foi colhida
deste seu belo Jardim.

Esqueça a tristeza enfim,
e ouça a bela melodia,
da canção que se chama Vida.

Viver nem sempre é So Easy.
por vezes buscando a flor
somente encontramos espinhos.

Se é inevitável a dor,
trilhar outros caminhos,
talvez é o que se precise.

Enfim, aqui me despeço,
por que somos chegada e partida,
alegria, dor e sofrimento.

Porém, uma coisa lhe peço,
aproveite com intensidade a vida,

vivendo cada momento.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Ao Partir


Quando eu partir
será que vão sentir minha falta?
Alguém se importará
quando o o meu dia chegar?

Não espero que o mundo pare.
Ou que alguma voz se cale,
quando esse mundo deixar.

Talvez um lamento sincero.
Isso é tudo que espero,
quando meu fim encarar.

Os amigos que tive em vida
terão minha lembrança esquecida,
quando eu não mais existir?

Não espero agora mais nada,
minha sorte estará lançada.
Haverá razões pra sorrir?

Toda lágrima será enxugada?
Ou a dor será redobrada,
quando do mundo eu partir?

terça-feira, 26 de março de 2013

O Rei dos Tolos

Eu sou rei.
Um rei sem coroa, brasão ou rainha.
Sem uma terra que possa ser minha.
Sem um trono pra poder descansar.

Eu sou rei.
De um castelo de cartas marcadas.
Que embora não empunhe  espada,
eu persisto, e insisto em lutar.

Eu sou rei.
Desprovido de qualquer majestade.
Que prefere a própria verdade,
mesmo parecendo ilusão.

Eu sou rei.
Que vê gigantes em moinhos de vento.
Que transforma em eterno um momento,
e o guarda em seu coração.

Eu sou rei.
E não tenho cavalo ou escudo,
e mesmo sem isso tudo,
sigo em frente pois sei
que dos tolos eu sou o rei.









segunda-feira, 18 de março de 2013

Mensagem Angelical




Não chore criança, levanta a cabeça.
Eu sei que é difícil, mas tente sorrir.
Levante seus olhos e nunca se esqueça,
que pra se chegar é preciso partir.

Não chore criança, confia e espera.
Que a qualquer instante tudo vai mudar.
Se a vida não é só belas quimeras
Tristeza eterna também não será.

Não chore criança, levanta e caminha.
Esquece de todo o que é passado.
Não chores criança, não estás sozinha,
Pois a todo tempo estou ao teu lado.

Tiros na Escuridão


Tiros na escuridão.
Outra vida que se vai,
mais um corpo estirado no chão.
O sangue que se esvai,
Violência sem razão.

Tiros na escuridão.
O corpo inerte jogado,
não houve absolvição.
Foi pelos seus pares julgado.
Pra cada ato praticado,
delito e condenação.

Tiros na escuridão.
Em volta o povo comenta
quebrando assim sua rotina.
E quem nada sabe inventa,
expõe aquilo que imagina.
E quem está presente observa,
A cena que a todos choca
e ao mesmo tempo fascina.

Tiros na escuridão.
Um novo dia chegou,
tudo já está normal,
não há mais preocupação.
A vida segue seu rumo,
até que de novo se escuta
mais tiros na escuridão.

sábado, 9 de março de 2013

A Libertação da Poesia

Perdeu neguinho, fica na tua e não fala nada.
Nem mesmo se mexa, fica quietinho e mãos ao alto.
Se você não entende, é a poesia invadindo a quebrada
Detonando tudo, tomando a rua de assalto.

Já não é mais aquela dama dos salões nobres
Que a muitos confunde e a alguns poucos fascina
Deixou de lado a empáfia e hoje se mistura aos pobres
E é encontrada nos morros, nos bares e na esquina.

E gosta do pandeiro, do batuque da roda de samba.
Se diverte ouvindo a sanfona gemer no baião.
Ela canta e sorri, à  vontade em casa de bamba
Sem pudor se requebra ao som do forró no salão.

Já não quer mais pompa, luxo ou riqueza.
E sendo assim é feliz de verdade.
No que é comum enxerga a Beleza.
Naquilo que é simples achou liberdade

Perdeu neguinho, fica na tua e não fala nada.
Nem mesmo se mexa, fica quietinho e mãos ao alto.
Se você não entende, é a poesia invadindo a quebrada
Detonando tudo, tomando a rua de assalto.

domingo, 3 de março de 2013

Rosa e o Beija-Flor II


O Beija-Flor  tocou a Rosa
e com carinho então a beijou.
E como quem de seu néctar goza
encontra aquilo que sempre sonhou.

E a cada Pétala beija com calma,
buscando  dela beber todo o mel.
E somente dela sacia sua alma,
E deseja leva-la consigo ao céu.

Deseja  então o tempo parasse
Que pudesse pra sempre seu mel desfrutar.
Não queria que aquele momento acabasse
Queria com ela pra sempre estar.

A Rosa então ao seu chamado cede,
e mesmo ele sem nada dizer.
Ela a ele tudo concede,
 e ambos deliram enfim de prazer.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

A Guerra

Desfaz-se a Bruma a olhos vistos,
Ilusória sensação de terno cuidado
Não é a primeira vez, já nem sei por que insisto.
De em vão me iludir, disso sim sou culpado.
Meu castelo ruiu, levado pelo vento.
A força dos meus, braços aos poucos se esvai.
Já não acho alguém para ouvir o meu lamento
E me encontro sozinho quando a noite cai.
Porém já não importa o que meu peito encerra,
Se profunda alegria ou intensa dor.
Se a vida é um combate, então vamos à guerra
De Viver pelo sonho e morrer por amor.
Minha foto
Sou o que sou. Sou incoerente por vezes, sou sonhador sempre, temo o desconhecido sem contudo deixar de arriscar, tenho planos e projetos, construí e e ví cair em minha frente castelos. Como un anjo voei ao céu mas longínquo, e como um cometa caí. A queda de machucou, contudo me fez mais forte. Sou falho e impreciso. Simplesmente indefinível, enfim sou apenas humano.