sexta-feira, 21 de outubro de 2016

A Flor e o Jardineiro

O jardineiro colheu uma muda
e a plantou em seu jardim.
E sorrindo então pensava:
“minha tristeza terá fim,
nunca mais serei sozinho
e serei feliz, enfim.”

Sendo sempre bem cuidada
floresceu a flor e assim,
como nada lhe faltava
se tornou um belo jasmim.
E a tudo perfumava,
mais que um ramo de alecrim.

Um belo dia a flor altiva
Ao jardineiro disse assim:
“Aqui onde estou o sol me falta,
Jamais serei uma planta alta,
Quem me dera ver meu fim!”

Ela então foi transportada
para um monte ensolarado,
e acreditava o jardineiro
com todo o seu esforço
ter agradado o ser amado.

“Sei que queres me ver morta,
certamente é assim.
Pois aqui o sol me corta
e me mata de ter sede.
Quem me dera ter meu fim!”

Paciente e tão bondoso
a transportou para o ribeiro
e a plantou na margem alta.
“Ela jamais terá sede,
pois aqui água não falta”
Considerava o Jardineiro

“Pois agora está provado
que já não gostas de mim.
Estou longe de outras flores
e neste lugar solitário,
só ouço o canto do canário.
Quem me dera ter meu fim!”

Percebeu então o jardineiro
que nada lhe agradava.
Se lhe ofertasse o mundo inteiro
mesmo assim não adiantava.
Não importa o que se fizesse,
a bela flor só reclamava.

E então em um belo dia
em que reclamava o jasmim
do tom de verde da grama
que plantada fora enfim.
De ocupada não notava
no jardineiro que chorava,
e olhando pra ela pensava:
“Sempre fiz o melhor que pude
e sou tratado assim.
Dela só ouço palavras rudes,
Nenhum carinho tive enfim.
Mesmo por que, não é que isso importe.
Acostumado já estou com minha sorte.

Quem me dera ter um fim...”

sábado, 20 de agosto de 2016

Libertação Final

O bem que desejo, esse nao faço.
E o mal que em mim há é por vezes mais forte.
Miserável homem que sou.
Quem me livrará deste corpo, a morte?

Mesmo em quando de multidões sou cercado,
a cruel solidão é sempre minha sorte.
Miserável homem que sou.
Quem me livrará deste corpo, a morte?

Inclinado ao erro sou Eu, nao nego.
E buscando acertar, se é que isso importe.
Miserável homem que sou.
Quem me livrará deste corpo, a morte?

Pois o bem que desejo, esse nao faço.
E o mal que em mim há é por vezes mais forte.
Miserável homem que sou.
Quem me livrará deste corpo? A morte.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Fugaz

A flor nasce e se esvai,
Com o tempo murcha e cai
Da exuberância de outrora ninguém lembra mais

A vida, sempre tão fugaz
Faz do tempo um verdugo feroz
Que consome tudo ao seu redor.

O que hoje parece tão forte
Eterno e inabalável
Sofrerá desta mesma sorte

O vazio, a dor escondida,
A esperança de ti arrancada
Se encerra em sua partida

E no fim quando tudo acabar,
Nem riso e nem dor restará

Só o silêncio permanecerá.
Minha foto
Sou o que sou. Sou incoerente por vezes, sou sonhador sempre, temo o desconhecido sem contudo deixar de arriscar, tenho planos e projetos, construí e e ví cair em minha frente castelos. Como un anjo voei ao céu mas longínquo, e como um cometa caí. A queda de machucou, contudo me fez mais forte. Sou falho e impreciso. Simplesmente indefinível, enfim sou apenas humano.