terça-feira, 30 de agosto de 2011

O Monstro do Abismo


À beira do abismo parado
vejo surgir um espectro
aos poucos o vejo subir.

Maldade existe em seus olhos,
e enquanto ele me encara,
seus lábios parecem sorrir

O medo de mim toma conta,
meu sangue nas veias gela,
meu corpo começa a tremer.

Suas mãos pra mim se estendem,
parecem querer me agarrar
me sinto então desfalecer.

Quando sua boca se abre,
uma voz tão fria e medonha
no silêncio eu posso ouvir.

“Não entendo por que lutas tanto,
quando melhor é se entregar
contra mim não podes resistir.

Se me aceitas serás então livre,
nunca mais dor e sofrimento
ninguém mais irá lhe machucar.

Não precisas mais deste tormento,
simplesmente me dê sua mão
e veja sua vida mudar.

Terás sempre o que quiser,
se importar com o outro pra quê?
Sendo assim você se machucou

Quantas vezes eu te vi sofrer?
Pois aquele a quem deste a mão
Foi o mesmo que te magoou.”

Enquanto ele falava eu tremi,
e quase com ele eu fui
quando a sua mão se estendeu.

No entanto a tempo percebi,
e parei quando então eu vi
que o monstro do abismo sou Eu.

Minha foto
Sou o que sou. Sou incoerente por vezes, sou sonhador sempre, temo o desconhecido sem contudo deixar de arriscar, tenho planos e projetos, construí e e ví cair em minha frente castelos. Como un anjo voei ao céu mas longínquo, e como um cometa caí. A queda de machucou, contudo me fez mais forte. Sou falho e impreciso. Simplesmente indefinível, enfim sou apenas humano.