sábado, 22 de julho de 2017

Agonia

Em meu peito existe um grito preso.
É só um grito, mas é mais escuro que noite sem lua,
pesa mais que uma tonelada de tijolos.
Esse grito preso em meu peito é frio e quente ao mesmo tempo.
Por vezes tenta congelar meus sentimentos me fazer egoísta.
E por outras quer ferver o meu sangue e me fazer revoltar.
Eu tenho em minha alma um grito preso.
E em minha garganta e pulmões faltam ar e força suficientes
para poder expurgá-lo.
Esse grito me consome aos poucos como a ferrugem corrói o ferro,
Ou a traça despedaça o livro.
Esse grito por vezes toma força e forma dentro de mim,
e se debate como um animal selvagem. Raivoso.
Posso senti-lo arranhar as paredes do meu interior,
ele quer despedaçar os porões da minha alma e finalmente
me controlar e destruir.
Eu tenho algo preso dentro de mim,
Eu estou preso a algo em mim.
Eu tenho algo em mim.
Eu tenho somente a mim.

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Sou o que sou. Sou incoerente por vezes, sou sonhador sempre, temo o desconhecido sem contudo deixar de arriscar, tenho planos e projetos, construí e e ví cair em minha frente castelos. Como un anjo voei ao céu mas longínquo, e como um cometa caí. A queda de machucou, contudo me fez mais forte. Sou falho e impreciso. Simplesmente indefinível, enfim sou apenas humano.