O jardineiro colheu uma muda
e a plantou em seu jardim.
E sorrindo então pensava:
“minha tristeza terá fim,
nunca mais serei sozinho
e serei feliz, enfim.”
Sendo sempre bem cuidada
floresceu a flor e assim,
como nada lhe faltava
se tornou um belo jasmim.
E a tudo perfumava,
mais que um ramo de alecrim.
Um belo dia a flor altiva
Ao jardineiro disse assim:
“Aqui onde estou o sol me falta,
Jamais serei uma planta alta,
Quem me dera ver meu fim!”
Ela então foi transportada
para um monte ensolarado,
e acreditava o jardineiro
com todo o seu esforço
ter agradado o ser amado.
“Sei que queres me ver morta,
certamente é assim.
Pois aqui o sol me corta
e me mata de ter sede.
Quem me dera ter meu fim!”
Paciente e tão bondoso
a transportou para o ribeiro
e a plantou na margem alta.
“Ela jamais terá sede,
pois aqui água não falta”
Considerava o Jardineiro
“Pois agora está provado
que já não gostas de mim.
Estou longe de outras flores
e neste lugar solitário,
só ouço o canto do canário.
Quem me dera ter meu fim!”
Percebeu então o jardineiro
que nada lhe agradava.
Se lhe ofertasse o mundo inteiro
mesmo assim não adiantava.
Não importa o que se fizesse,
a bela flor só reclamava.
E então em um belo dia
em que reclamava o jasmim
do tom de verde da grama
que plantada fora enfim.
De ocupada não notava
no jardineiro que chorava,
e olhando pra ela pensava:
“Sempre fiz o melhor que pude
e sou tratado assim.
Dela só ouço palavras rudes,
Nenhum carinho tive enfim.
Mesmo por que, não é que isso importe.
Acostumado já estou com minha sorte.
Quem me dera ter um fim...”
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